Recebi essa dúvida de uma mãe "Dr. Rodrigo é normal criança com autismo leve ter crise de convulsão?". E sim, essas duas condições podem estar associadas, já que ambas são transtornos ligados ao cérebro. Porém, é necessário entender essas crises convulsivas, se forem repetitivas são consideradas Epilepsia.
Mas, se você tem um filho (a) com autismo, não se desespere, nem todos terão epilepsia. Cada caso é um caso. O importante é compreender o assunto e sempre conversar com o médico e a equipe de profissionais. E também atentar-se aos sinais das crises, como:
• Mudança no olhar inexplicada;
• Estiramento dos músculos;
• Movimentos involuntários de membros do corpo;
• Também pode haver algum distúrbio do sono, irritabilidade e agressividade sem explicação e regressão do desenvolvimento alcançado.
Para entender um pouco mais sobre essa relação entre o autismo e a epilepsia, um estudo da “Fisiopatologia da epilepsia em distúrbios do espectro autista” explica que como são condições extremamente heterogêneas, isso torna improvável que um único mecanismo comum explique a predisposição de convulsões em ambos os distúrbios. Pesquisas genéticas recentes apontam para numerosas e diversas mutações genéticas que têm autismo e epilepsia como sequelas. Uma das possíveis explicações apontada pelos pesquisadores neste artigo indica que tanto a epilepsia quanto o autismo envolvem uma sincronia anormal de sistemas no cérebro ligados às sinapses (conexões entre os neurônios).
Outro aspecto é que algumas das alterações cerebrais do desenvolvimento associadas ao autismo também contribuam para convulsões. O diagnóstico de epilepsia em quem tem TEA pode ser desafiador, visto que pessoas com autismo têm dificuldade em reconhecer e comunicar seus sintomas.
Por isso, é importante o acolhimento, o apoio, a empatia e o cuidado.