No último dia 14 de agosto de 2024, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que o ressurgimento de Mpox na República Democrática do Congo (RDC) e em um número crescente de países da África constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII). Recomendações temporárias estão sendo desenvolvidas com a contribuição do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, que estará disponível nos próximos dias (OPAS, 2024).
A MPox, anteriormente conhecida como Monkeypox ou varíola dos macacos, é uma doença viral emergente que tem ganhado destaque nos últimos anos devido a surtos em diferentes regiões do mundo. Apesar de ser descoberta em 1958, entre primatas não humanos, e ter sido historicamente restrita a países africanos, o recente aumento de casos em países fora do continente africano tem despertado a atenção de pesquisadores e profissionais da saúde globalmente, sobretudo agora, no ano de 2024, em função de uma nova cepa circulante.
Causada por um vírus da mesma família da varíola (Poxviridae), a MPox se manifesta com sintomas semelhantes, como febre, dor de cabeça, dores musculares e linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos). Um dos sinais mais característicos da doença são as lesões cutâneas que evoluem de manchas para pústulas e crostas ao longo de algumas semanas.
Transmissão e Prevenção
A transmissão da MPox ocorre principalmente através do contato próximo com lesões de pele, fluidos corporais e secreções respiratórias de pessoas ou animais infectados. Embora a varíola dos macacos tenha sido, por muito tempo, associada a transmissões zoonóticas – especialmente por meio do contato com roedores e primatas infectados – os surtos recentes têm evidenciado a transmissão entre humanos, especialmente em contextos de proximidade física prolongada.
A prevenção da MPox envolve medidas de proteção já conhecidas, como a higienização frequente das mãos, uso de máscaras e isolamento de indivíduos infectados para evitar a disseminação. Além disso, a vacinação contra a varíola pode oferecer uma proteção cruzada, já que os vírus pertencem à mesma família. Todavia, a vacinação em massa não é recomenda nesse momento.
Impactos Globais e Cuidados na Atenção Primária à Saúde (APS)
Os recentes surtos de MPox fora da África reforçam a importância da vigilância epidemiológica global e a vigilância genômica, para identificação da cepa circulante. A mobilidade populacional e as alterações ambientais têm potencializado o risco de disseminação de doenças infecciosas, como a MPox. Dessa forma, a atenção primária à saúde (APS) desempenha um papel fundamental na detecção precoce, diagnóstico e manejo da doença, minimizando complicações graves e evitando a propagação comunitária.
Estar ciente dos sintomas e das formas de prevenção, além de garantir um diagnóstico ágil e eficaz, são passos cruciais para conter os surtos de MPox. O compromisso da academia, especialmente do Núcleo de Pesquisa Biomédica da UFLA (NUPEB), é disseminar essas informações de forma precisa e acessível, garantindo uma resposta rápida e eficaz dos profissionais da saúde e da sociedade como um todo.
Para mais informações acesse:
https://www.paho.org/pt/documentos/atualizacao-epidemiologica-mpox-na-regiao-das-americas-17-agosto-2024
https://www.instagram.com/reel/C-87qahugbd/?igsh=MWp5ZXc0eXllcmw2NQ==
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