Nesta tarde de terça-feira, 15 de abril, Lavras perdeu uma parte considerável de sua memória histórica com a partida do querido professor, museólogo e historiador Ângelo Alberto de Moura Delphino. Uma pessoa afável, educada como um verdadeiro lorde inglês, humilde como Irmã Dulce. Ângelo tinha tudo para ser visto como alguém de “nariz empinado”, mas sempre foi aquele amigo que conquistava nossos corações com uma boa prosa e gestos simples, como os de São Francisco.
Mesmo sendo um profundo conhecedor da história de Lavras, preferia usar as “sandálias da humildade” para jamais ser considerado o dono absoluto do saber sobre a cidade. Um grande exemplo para todos nós! Ele deixava a pretensão e a arrogância para os “apressados de plantão”, enquanto seguia com sua elegância e serenidade, sempre pronto para compartilhar conhecimento de forma generosa.
Sua ausência física nos deixa um vazio imenso, preenchido apenas pelas lembranças de suas conversas marcantes e pela elegância natural que encantava a todos. Onde ele está agora, imagino que um bom papo já esteja acontecendo entre ele, Bi Moreira, Ary Florenzano e Hugo de Oliveira. Certamente, estão relembrando Lavras de todos os tempos, como era verde o meu gammon e a centenária ESAL, em diálogos que devem atravessar madrugadas intermináveis de abril.
Neste dia em que os cristãos recordam a Última Ceia, quando Jesus anunciou a traição de Judas e as fraquezas de Pedro, também refletimos sobre a profecia de dele sobre o fim dos tempos. Professor, o senhor partiu para o encontro com o Pai Santíssimo em uma data de profundo significado para os cristãos. E, com certeza, no domingo, celebrará a Páscoa na Pátria Celestial, que simboliza a ressurreição e a renovação.
De onde o senhor estiver, olhe por sua Lavras, para que ela seja, todos os dias, ressuscitada em oportunidades para seus filhos. Que a história que o senhor tanto amou e defendeu jamais seja maculada ou esquecida. Que o legado de preservação e valorização de Lavras, por meio de sua memória e dos que o antecederam, continue a inspirar gerações.
Descanse em paz, professor Ângelo Delphino. Lavras se orgulha de ter contado com sua presença, e seu exemplo será eterno em nossos corações.
Por J. Paulo
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