A responsabilidade no cuidado de cães e gatos

Nos dias atuais, é muito comum encontrar cães e gatos abandonados. Esse descaso com essas espécies gera sentimentos de compaixão e vontade de auxiliar de alguma forma. A primeira ação mais comum é: alimentar este pobre animal. Mas será que essa atitude é mesmo a melhor?

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Veja bem, os animais errantes são um problema de saúde pública e cabe ao município garantir esse direito aos cidadãos. Os animais errantes podem ser fonte de doenças, desde verminoses até esporotricose ou leishmaniose visceral canina, duas doenças cujos registros em humanos vem crescendo a cada dia. Da mesma forma, o abandono de animais, seja em zona rural ou urbana, também cresce desordenadamente, em conjunto com a posse irresponsável.

Um animal em situação de rua precisa de ajuda. Porém esse auxílio não pode se resumir à alimentação desbalanceada deixada na frente da sua residência (ou de um edifício, ou da moradia de outras pessoas). Esse cão ou gato, no geral, precisa de cuidados veterinários, castração e um lar definitivo. Cuidar de um animal na rua é propiciar a reprodução desordenada, brigas por território ou fêmeas, disseminação de doenças, acidentes com motociclistas e até mesmo crianças e/ou idosos que eventualmente passem próximo de onde o alimento está sendo disponibilizado.

Esse animal não pode tornar-se um risco para o cuidador e para a população próxima. É preciso que sejam realizados exames para vermes intestinais, leishmaniose visceral canina, esporotricose; profilaxia contra ectoparasitas (pulgas e carrapatos); tratamento para eventuais doenças, como verminoses, erliquiose ou babesiose (“doença do carrapato”) e, caso identificadas doenças mais graves e com consequências perigosas para a saúde da população, tanto animal quanto humana, destinar esse cão ou gato para a vigilância epidemiológica tomar as devidas providências.

Entenda: cuidar, de fato, de animais abandonados é um trabalho lindo e árduo. É admirável! Mas tenha responsabilidade nas decisões, tenha apoio de profissionais (veterinários, pessoas que trabalham com divulgação, entre outros) com intenção de tornar sua missão mais leve e produtiva, evitando também outro problema grave, que conversaremos sobre em uma próxima oportunidade e que se relaciona com a saúde mental de quem cuida: o acúmulo de animais.