Na madrugada deste domingo de Páscoa, um tiroteio na casa noturna no Distrito Industrial em Lavras, deixou ao menos cinco pessoas feridas e trouxe à tona uma série de questionamentos sobre a segurança e a legalidade de funcionamento do estabelecimento.
Segundo informações preliminares, o local onde ocorreu a tragédia não possuía alvará de funcionamento vigente. Apesar disso, realizava eventos normalmente, inclusive com a presença de seguranças que faziam a revista dos frequentadores, de acordo com relatos de testemunhas. Uma jovem que presenciou o tumulto afirmou que a revista estava sendo realizada na entrada, o que levanta dúvidas sobre como os autores do crime conseguiram entrar armados no recinto.
Testemunhas também relataram que, após os disparos, frequentadores buscaram ajuda de uma viatura da Polícia Militar que passava em ronda pela região. Os policiais acionaram o SAMU e solicitaram reforços, deslocando-se imediatamente ao local para prestar socorro às vítimas e iniciar as buscas pelos responsáveis.
Um dos suspeitos foi descrito como um homem de estatura baixa, magro, moreno, vestindo calça jeans branca e blusa preta, visto deixando o local com uma arma em mãos logo após os disparos. Ele teria fugido em direção à saída do local e ainda não foi identificado. Investiga-se a possibilidade de que dois indivíduos tenham participado do ataque, e não apenas um, como se cogitou inicialmente.
Essa hipótese surgiu após a perícia técnica da Polícia Civil encontrar cápsulas deflagradas de calibres diferentes (.40 e .32) no interior da casa noturna. Ao todo, foram recolhidas pelo menos 24 cápsulas, além de uma pistola calibre .40 com nove cartuchos intactos e uma cápsula deflagrada, localizada próxima de onde uma das vítimas foi encontrada. Duas pessoas feridas por tiros estão internadas no Santa Casa, não se sabendo os nomes e nem o estado de saúde delas.
Vítima 1: Apresentava quatro perfurações de arma de fogo no abdômen, tórax, costas e perna esquerda. Chegou em estado grave ao pronto atendimento, levada por um carro de aplicativo. Consta em registros que esteve envolvida anteriormente em uma ocorrência de lesão corporal, em setembro de 2024.
Vítima 2: Foi atingida por seis disparos — três no abdômen, um no tórax e dois nos braços. Estava inconsciente no momento do atendimento, foi submetida a cirurgia de emergência e transferida para um hospital de maior complexidade.
Vítima 3: Sofreu ferimento no ombro esquerdo, permanecia consciente e com quadro clínico estável. Declarou conhecer a Vítima 2, mas informou que estavam em áreas diferentes do evento e que desconhece as motivações ou os autores do crime.
Vítima 4: Relatou ter sido atingida no pé direito enquanto estava com amigas no fundo do espaço. Acredita ter sido vítima aleatória, sem qualquer envolvimento em situação prévia que justificasse o ataque.
Vítima 5: Ferido no polegar da mão direita. Foi levado para casa por um amigo e, posteriormente, levado ao atendimento médico por familiares. Também afirmou não conhecer os demais envolvidos ou suspeitos.
As investigações seguem em curso. A Polícia Militar realiza diligências com base nas informações colhidas no local e em denúncias anônimas, que chegam a toda hora. Até o momento, ninguém foi preso, e a motivação do crime ainda é desconhecida.
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