William Douglas: o engenheiro que afinou corações em Lavras se vai aos 49 anos

Uma triste notícia abalou o coração de Lavras na manhã desta sexta: aos 49 anos, faleceu o engenheiro e multi-instrumentista William Douglas, referência da cena cultural local. O músico, que residia há 20 anos em nossa cidade, estava em viagem a trabalho quando sofreu um acidente na quinta-feira, 24 de abril, na Vila Jacob Biezus, em Concórdia (SC).

De acordo com o primo e amigo de palco, Demétrius Pereira dos Santos, William perdeu o controle do veículo ao colidir com um caminhão. O impacto foi tão severo que Douglas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa na saudade a esposa, que o acompanhava em todas as apresentações, e dois filhos que herdaram a paixão pela música. O corpo segue para sepultamento no interior de São Paulo, terra natal de sua família.

Nascido em Santo André, William trouxe a Lavras não apenas a formação em engenharia, mas um repertório musical que transitava com naturalidade por violão, guitarra, teclado e percussão. Foi no palco de bares e casas noturnas da Avenida Dr. Sebastião de Brito Leite e arredores que seu projeto solo ganhou forma, reunindo plateias fiéis e apaixonadas.

Antes mesmo de desbravar carreira solo, ele deixou sua marca em bandas como Próximos Capítulos, contribuindo para o crescimento de novos talentos e para o mosaico sonoro que faz de Lavras um celeiro cultural. Seu jeito generoso de ensinar acordes e arranjos inspirou gerações de músicos que, hoje, se sentem órfãos de sua presença vibrante.

Amigos lembram de William como alguém que carregava o sertanejo na alma, mas não se limitava a um só estilo: dos clássicos do interior às experimentações modernas, sua musicalidade era sintonia pura entre técnica e emoção. Cada riff, cada solo, cada batida de sua percussão dizia algo sobre o amor pela arte e pelo próximo.

O Mirante da Bocaina estende suas condolências à família Douglas, aos colegas de banda e a todos que tiveram o privilégio de compartilhar o palco ou a plateia com este artista completo. Que o legado de William continue a ecoar nos violões, nos teclados e, sobretudo, nos corações de quem o ouviu tocar.