A Polícia Civil concluiu, ontem terça-feira (17/6), as investigações sobre a morte de uma criança de 4 anos, picada por um escorpião após atendimento em uma unidade hospitalar de Itanhomi, no Vale do Rio Doce. A médica responsável pelo caso, de 45 anos, foi indiciada por homicídio culposo.
O caso ocorreu em 16 de setembro de 2023, quando o menino foi levado ao hospital após ser picado por um escorpião. Apesar de ter sido medicado, a criança não recebeu o soro antiescorpiônico, mesmo com os sintomas apresentados e a recomendação de outros profissionais de saúde. O antídoto estava disponível na unidade, mas a médica optou por manter o paciente em observação e liberá-lo em seguida.
Outra médica orientou a família a levar a criança para Governador Valadares, cidade a 54 quilômetros de distância. Chegando lá, o menino foi encaminhado à UTI pediátrica, mas, infelizmente, faleceu no dia seguinte.
Investigação detalhada
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, realizando oitivas, perícias, coleta de documentos e o interrogatório da médica investigada. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou o nexo de causalidade entre a picada e o óbito, além de apontar negligência médica no atendimento inicial.
De acordo com a polícia, a conduta da profissional contrariou os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, evidenciando negligência técnica e falta de atenção à vulnerabilidade da vítima.
Medida cautelar
Além do indiciamento por homicídio culposo, a Polícia Civil representou pela suspensão do exercício profissional da médica. A decisão foi fundamentada na constatação de despreparo técnico e psicológico, o que, segundo a polícia, coloca em risco a vida de outros pacientes.
Este caso serve como um alerta para a importância da observância rigorosa aos protocolos de saúde, especialmente em situações que envolvem pacientes em condições de vulnerabilidade.