A importância de um exame neurocognitivo para a pessoa idosa com declínio de memória

Dra. *Maria Luiza Cherem

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O nosso país está envelhecendo muito mais rápido que os países europeus. Países como a França (por exemplo) levou mais de 100 anos para se tornar um país com uma população prevalentemente idosa.

Em 2000, a proporção de idosos (60 anos ou mais) era de 8,7% no Brasil e de acordo com as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2070, 37,8% da população brasileira será composta por idosos, totalizando 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/lavras/panorama 

Em Lavras, não se sabe o número atual da população idosa mas, vale ressaltar a grande curiosidade e preocupação dessa população com relação ao processo de envelhecimento natural (senescência) e principalmente na prevenção à senilidade (envelhecimento patológico).

A gerontologia é uma especialidade da área da saúde que está junto dessas pessoas desde a prevenção, passando pelo tratamento e chegando até o tratamento paliativo na finitude humana. Nesse processo o gerontólogo acompanha e esclarece a população em senescência sobre o que seria normal e o que seria sinal de prejuízo funcional.

Destaca-se naturalmente a problemática em relação ao déficit neurocognitivo natural ou não. Há que se destacar que o declínio cognitivo das funções cerebrais relacionadas ao envelhecimento humano natural aparece, em sua maioria das vezes, a partir dos 70 anos. Porém, esse declínio natural não será capaz de impedir a pessoa idosa de ter qualidade de vida, autonomia e independência funcional.

O envelhecimento natural traz diminuição da velocidade de processamento das informações, reflexos e de movimentos ativos do longevo. Você sabe? Quando o longevo inicia seu declínio cognitivo ele passa a não conseguir fazer ou se lembrar de fazer as atividades do dia-a-dia sozinho com eficiência. Se esquece de tomar os remédios na hora correta ou como se faz determinada atividade cotidiana, se esquece de compromissos ou começa a ter uma vida social menos ativa é hora de procurar ajuda do especialista em Neurocognição.

Um profissional da saúde especialista em Neucocognição poderá ajudar nesse momento avaliando as queixas pessoais e familiares, exames de imagem e realizando nessa pessoa um exame específico das funções neurais (cerebrais) como: memória (tem vários tipos de memórias), atenção, percepção, linguagem e várias outras. Esse exame associado a outros dados é capaz de detectar precocemente o que se chama de Transtorno Cognitivo Leve que antecede as demências (Alzheimer, Corpúsculos de Levy e Wernicke Korsakoff são apenas uma de várias outras).

O laudo do exame de Avaliação Neurocognitivo é essencial na direção de um diagnóstico precoce e tratamento mais assertivo por parte da equipe médica. Um profissional como médico (geriatra) juntamente com outros profissionais da saúde especialistas em envelhecimento humano (gerontólogos) como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e outros podem entender os sinais do declínio cognitivo e encaminhá-los para um exame neurocognitivo junto a um especialista em Neurocogniçao para avaliar e se for indicado (em casos iniciais de demência) iniciar um plano de tratamento para a Reabilitação Neurocognitiva com objetivo de prolongar a reserva cognitiva desse idoso, prevenindo a piora do quadro de demência pelo maior tempo possível.